quinta-feira, novembro 16, 2006

Poor guys... Eles não sabem de nada

Após as eleições norte-americanas deste ano descobrimos um país insatisfeito com a postura Bush. Fato.

Sabemos que o partido Democrata conquistou maioria no congresso e em número de governadores. Porém o Republicano Bush continuará na presidência até 2008.

Sabemos também, que estas eleições funcionaram como um referendo: aqueles satisfeitos com a política de Bush e como a Guerra do Iraque está sendo conduzida votaram a favor dos Republicanos. Não foi o pensamento da maioria.

Concluímos então, dado ao favoritismo Democrata nas urnas, que os cidadãos americanos querem ver mudanças. E são contra a guerra.

Uma guerra que começou por buscas de armas de destruição em massa e depois que nada encontrado, a atenção foi desviada para a guerra contra o terrorismo; para que fosse justificada.

E enquanto uma grande maioria da imprensa internacional independente tenta direcionar os holofotes para a verdadeira razão $$$ digamos Econômica - Petrolífera.

Mas por que não vemos a insatisfação estampada na cara e nos jornais americanos?

Por que só percebemos isso através de um gesto tímido e silencioso demonstrado nas suas urnas eletrônicas?

Vemos manifestações contra a guerra ao redor de todo o mundo, mas na frente da Casa Branca esporadicamente algumas manifestações acontecem, compostas de mães de soldados que lutam na guerra ou que de lá já voltaram sem vida. E manifestam-se solitárias pois nem as pessoas que por ali passam parecem se comover com a causa.

De novo, porque não existe uma comoção maior com tudo isso?

Explico.

Lembremos da Guerra do Vietnã quando a certo ponto a mobilização popular nos EUA foi tão grande que a retirada das tropas era sem sombra de dúvidas a melhor coisa a ser feita. Saindo de lá com os rabos entre as pernas.

Naquele tempo a escolha de homens para formação de tropas era feita de uma maneira totalmente diferente. O chamado "draft", que era uma maneira aleatória de convocação de homens para a Guerra, foi uma tática não utilizada por W. Bush para esta guerra.

Manifestações contra a guerra no Vietnã surgiram e ganharam força com os jovens. Dezenas de milhares migraram para o Canadá para não serem convocados e os que ficaram lutaram contra.

Mas hoje não. Quem vai para guerra são ou meninos que realmente querem estar lá ou são de família pobres, que não tem dinheiro para pagar os altos custos de uma faculdade americana, ou aqueles que tem um passado criminal e não vêem perspectiva de um bom futuro senão, engajar-se na carreira militar.

Ou seja, desta vez sem a possibilidade de filhos de políticos, empresários, jornalistas, ou de qualquer outro meio poderoso e influente da sociedade serem chamados para a guerra, não se buscou clamar por um interesse maior de todos contra tudo isso.

A inteligência da Casa Branca, que soube aprender com o erro do passado, mais o desinteresse mesquinho, corrosivo e repugnante de formadores de opinião, faz com que o país perca a cada dia mais meninos em uma guerra sem sentido. Plantando sementes de ódio pelo mundo desta nação que faz tanta questão de pregar com tanto fervor a palavra “freedom” como se não medissem mais o significado que ela carrega.

E acreditando piamente que as fatias cortadas de seus salários pelo governo estão fazendo do mundo um país mais seguro e bonito de se viver.

Poor guys... no entanto, pior para todos.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Americanos dizem não à "Política Bush"

Nesta noite de 7 de novembro o eleitorado americano foi convidado a comparecer as seções eleitorais, que apesar de não ser obrigatório contou com grande número de votantes.

O resultado surpreendeu até mesmo os Democratas mais otimistas: o partido do ex-presidente Clinton assumiu a maioria na Câmara, Senado e Governos estaduais.

A câmara dos deputados passou para o controle do Democratas após eleger 232 cadeiras de um total de 435. Quatorze a mais que o necessário para ser maioria.

No Senado, uma vaga ainda não foi confirmada, pela proximidade dos números. A cadeira do estado da Virginia disputado por Webb (D) e Allen (R) com uma diferença aproximada de 7 mil votos em um todo de quase 2,4 milhões de votos ainda está sendo apurada. Quem vencer esta vaga levará o seu partido a maioria no Senado.

O Republicano George Allen, ligeiramente atrás na apuração, já fala em recontagem dos votos. E caso essa medida seja tomada, a definição de que partido controlará o Senado pode demorar a ser definida.

As eleições para governo dos estados tabém foi um sucesso entre os Democratas, assumiram 28 dos 50 estados.

Entre os destaques, estão a bela vantagem de 17 pontos na reeleição de Schwarzenegger (R), na California, número que não era esperado.

Hillary Clinton se reelegeu com ampla maioria para Senado, pelo estado de Nova York. O que vem caucificando a idéia de termos pela primeira vez uma mulher candidata a presidência dos EUA, em 2008.

No estado de Missouri, vimos uma bela virada da Democrata McCaskill sobre o senador Talent (R). Esta eleição, uma das campanhas chaves para que os Democratas conseguissem a maioria também no Senado, teve a participação do ator Michael J. Fox, que sofre do Mal de Parkinson. Em sua intervenção*, uma campanha de 30'' reprisada por diversas vezes nos princiapis canais de TV aberta. Ele defende a liberação de pesquisas das células troncos. Fox também gravou propagandas de TV para outros candidatos Democratas que concorriam contra Republicanos que votaram contra a lei que liberaria a pesquisa.

O resultado da eleição já foi sentido por Bush: a "renúncia" do seu Secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, que teria sido pedida pela deputada reeleita Nancy Pelosi, líder Democrata, e agora nome certo para a presidência da Câmara.

As eleições ocorreram muito bem se comparada com as eleições do ano 2000, onde um estudo mostrou que de 4 a 6 milhões de votos deixaram de ser computados pelo país, por falta de equipamento, confusão com cédulas ou erro dos votantes.

Naquela oportunidade, Al Gore (D), que foi vice de Clinton, perdeu as eleições na Florida para Bush (R) por míseros 537 votos. E mesmo tendo mais votos que Bush no total de votos americanos, a sistema de pontuação para cada estado se mostrou ineficiente, incorreto e injusto.

Desta vez ainda sim tivemos pessoas que não sabiam utilizar as máquinas de votação e inclusive mesários que também não haviam sido treinados para tal função.

Outra falha do sistema americano foi também questionada hoje, em relação a falta de representatividade no Senado para os quase 600 mil pagantes de impostos e suas famílias em Washington DC.

Bruno Hoff

* link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=a9WB_PXjTBo

domingo, novembro 05, 2006

Entrevista - João Santana (Folha Online)

Entrevista com João Cerqueira de Santana Filho, atual marqueteiro de Lula.

Vale a pena conferir.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u86328.shtml

Bruno Hoff

quinta-feira, novembro 02, 2006

Eleições dia 7 de Nov.

Todo aquele fervor, excitação e ansiedade que sentiamos durante as eleições acabaram.

Mas nos E.U.A. esse sentimento anda em pleno vapor. Dia 7 de novembro teremos eleições por aqui.

Mas não, Bush não está concorrendo. O que está em jogo é o congresso americano. Estão em disputa as cadeiras da câmara dos deputados (435 cadeiras) e um terço do senado (33 cadeiras). Basicamente a mesma estrutura Brasileira deste ano.

A política Americana é basicamente formada por dois grandes partidos: Os Republicanos e os Democratas. E atualmente o partido de Bush, o Republicano, está sobre o controle do Senado e da Câmara.

A importância destas eleições está na possibilidade dos Democratas assumirem maioria na Câmara dos Deputados. O que equilibraria mais o poder entre os partidos.

O ponto onde quero chegar é como estão sendo carregadas essa eleições, e porque é tão importante a possibilidade dos Democratas (de Clinton) assumirem o poder da Câmara.

As eleições americana foram transformadas em um referendo. Um referendo sobre o Iraque.

Vote Republicano se você acredita que devem continuar no Iraque, mesmo que isso tem dado tantas baixas de adolescentes que são enviados pra guerra e causado um rombo nas contas federais. Mas tudo por um bem maior: o controle/fim do Terrorismo.

Ou, vote pelos Democratas, para que uma nova estratégia de defesa seja criada e que as tropas comecem a ser retiradas do Iraque antes que as coisas fiquem tão feias quanto foi a guerra do Vietnam.

Bush resume estas eleições afirmando que neste momento uma vitória dos Democratas quer dizer uma vitória do Terrorismo. Já que a maioria da Câmara dos Deputados pode votar medidas que forcem o fim da guerra.

Afirma também que este mês de outubro, o mais sangrento desde o início da guerra, tem sido de tal maneira porque os rebeldes estão tentando influenciar nas eleições americanas. Querem que as pessoas votem contra guerra, para que possam assumir o poder no Iraque, já que as tropas Iraquianas ainda não tem estrutura para para controlar a situação sem a ajuda americana.

As pesquisas indicam que a disputa sobre o controle da Câmara está muito apertada. Para assumir a liderança frente aos Republicanos os Democratas precisam eleger pelo menos 15 cadeiras a mais que as atuais.

Já o Senado não sofrerá grandes mudanças, algumas cadeiras a mais devem ser ganhas pelos Democratas, mas permanecerá sobre o controle dos Republicanos.

Mudanças na postura da Política Americana Internacional podem acontecer em 5 dias.

Bruno Hoff